sábado, 3 de novembro de 2012

O mais belo poema do mundo


Eu queria poder escrever o mais belo poema do mundo,
Eu queria conseguir escrever a mais linda poesia.
Queria descrever no papel ou na tela do PC tudo que eu sinto por você.
Mas nada que fosse comum, nada que fosse apenas mais um.
Eu queria ter a força de imprimir na minha escrita algo que ainda não foi dito,
E quando dito, capaz de tocar seu coração como dantes nunca conseguido.
Eu queria ter a inspiração que tocasse a sua alma, o seu âmago,
Algo que penetrasse suas entranhas e alcançasse, se possível, a divisão da alma e do espírito.
Eu queria ter nas mãos o poder de transcrever o que nunca imaginaste ler.
Algo que fosse inevitavelmente forte a ponto de te renderes outra vez.
Por um momento eu gostaria de encantar como o Harry Potter,
E te fazer flutuar numa magia que não se resume às telas e à imaginação,
Alguma coisa que não fosse apenas ilusão, mas que realmente te levitasse, te arrebatasse,
Te inebriasse, e te fizesse uma vez mais abrir seus olhos e me ver como outrora vias.
Eu queria mesmo poder escrever o mais belo poema do mundo,
Que envolvesse teus pensamentos, entrasse no teu coração, revolvesse teu interior e mergulhasse bem no fundo,
Pra reavivar um amor que insiste em falar e gritar que eu te amo,
E que sem você eu me sinto mudo.

Pensar em ti é inevitável


Lembrar de você é algo do qual eu não posso me esquivar,
Pensar em ti é inevitável. Não que eu goste de me torturar, uma vez que já não estás mais aqui, nem me dás esperança de voltar. Todavia eu não posso me controlar diante da grandiosidade que a sua imagem ainda representa para mim.
Ninguém gosta de sofrer, tampouco eu, mas o que fazer se o meu coração insiste em ser teu?
As marcas são muito profundas para que eu ignore donde são oriundas.
Sua presença ausente é muito forte para que eu faça de conta que nada sinto e de modo indiferente me comporte.
É uma busca incessante por algo que me conforte; é uma tentativa constante por um milagre que num instante te liberte, te acorde e te traga do nosso passado recente, e que não estejas mais atrás, mas diante. Diante de mim, distante de toda amargura da separação.
Dizer que estou feliz e que está tudo bem seria mentira ou dissimulação. Eu não posso mentir para o meu coração, que ainda te acolhe, que não escolhe pelo sim ou pelo não, quanto a não mais te querer. Quem me dera assim poder, mas na verdade eu não quero assim querer, pois eu jamais quero te esquecer. Você passeia pelos meus pensamentos, domina os meus sentimentos como se nunca tivesses ido, como se ainda estivesses aqui, por isso eu repito:
Lembrar de você não é algo do qual eu possa me esquivar. Eu não tenho vergonha de dizer o que sinto; não tenho medo de não ser correspondido e não minto. Para mim, rasgar as cortinas do meu coração é mostrar quem está lá dentro. Por estas e por outras jamais serás lançada no mar do meu esquecimento.
Pensar em ti...  ...é inevitável...   ...ainda que me cause sofrimento.

Saudade


Saudade...    ...como interpretá-la?
Uma fina dor que vem de dentro tentando trazer de volta o que saiu por aí a fora e não voltou...
Saudade...  ...como defini-la?
Lágrimas que descem pelo rosto aflorando toda uma situação de desgosto.
Como estancá-la?
Se alguém souber, por favor, não se exima, me fala.

Pensar


Pensar em você é, por um momento, esquecer...
Esquecer os problemas do dia, anestesiar-me do que entedia
É viajar nas nuvens da saudade, é banhar-me de desejos e vontade...
Dizem que vontade é coisa que dá e passa, mas pensar em você...
...é vontade que dá de dormir sonhando contigo e nunca mais amanhecer...   ...e se amanhecer... ...que seja com você.
Saudadessss........................

Indagações


Quanto tempo dura uma paixão?
Como discernir o que é amor ou o que é paixão?
A paixão é mesmo fogo passageiro? Ou será uma chama que pode virar muito rápido um braseiro e durar uma vida inteira?
O amor nasce aos poucos? Ou é fruto ou conseqüência do fogo da paixão?
Como distingui-los? Há uma resposta imediata que possa interpretar tais sentimentos? Ou Isto só é mesmo possível com o tempo?
Indagações...   ...Tentativas frustradas de resolver problemas que envolvem emoções...
Perguntas sem respostas...   ...Apostas ou mergulhos no escuro?
Na verdade eu queria tudo: 
Um amor apaixonado, uma paixão amorosa.
Porque nada vale a pena se a entrega não for completa; se o abraço não for caloroso e apertado; se o beijo não for quente e molhado; se o envolvimento não for sem medos; se as palavras não forem ditas sem medidas; se as juras forem comedidas e pensadas é melhor que não haja.
Um amor de verdade não pode sobreviver a cálculos; não pode se conter ao raciocínio; precisa ser tantas vezes irracional e insano. Precisa ter um tanto de loucura, pois pra quem está doente de amor, a única cura é uma dose forte deste sentimento, não importa se salgado ou cheio de doçura. 
Mesmo porque há gosto pra tudo, mas sobretudo, que haja amor.

Ainda está pra surgir


Ainda está pra surgir
Um amor que suplante o seu,
Uma companhia que me traga maior alegria,
Uma presença que quebre esta agonia
E de uma vez por todas me liberte desta nostalgia.

Eu sem você




Eu sem você 
sou como passarinho sem asas
sou como peixe sem água
sou como flor sem perfume
sou como verão sem sol
sou como lar sem paz
sou como casa sem família
sou como lábios sem sorriso
sou como olhos sem brilho
sou como abelha sem flôr
sou como comida sem sabor
Eu sem você
sou assim
Como uma estrada sem fim
um horizonte sem perspectivas
um inverno sem agasalho
uma dor sem analgésico
uma obra inacabada
um coração em busca de paz e calma
um texto sem vírgula
sem ponto 
um poema sem alma

Eu não quero falar sobre isto...

Eu não quero falar sobre isto...
Mas não me restam escolhas
Eu não tenho outro assunto que não me leve a lembrar de ti.
Não que eu queira ser insistente pra tentar vencer-te pelo cansaço,
Considerando que as minhas próprias forças já parecem se esgotar,
Mas eu ainda inspiro, e quando expiro é o teu nome que ainda se houve num gemido que ainda manifesta todo o sofrer do meu coração.
Eu não quero falar sobre isto...
Mas a força deste amor que ainda me domina, me impulsiona até um último momento tentar abrir a sua mente e o seu coração para emoções que jamais deveriam desvanecer.
Eu não quero te esquecer...
Eu não te conheci pra te perder,
Eu não sorri e fui tão feliz com você pra um dia ter que ver tudo isto se acabar, como um dia a escurecer.
Perdoa-me, se eu ainda bato nas mesmas teclas, mas esta é a mais importante palavra que eu sei escrever quando penso em você: "amor".
Até quando isso vai... ...só o tempo poderá dizer, mas neste momento a única coisa que eu consigo ver, ou que pelo menos o meu coração insiste em crer, é na sua volta. Toda vez que o telefone toca, ainda alimento a esperança que seja você a me ligar pra dizer que estava equivocada, e que ficar sem mim é uma tentativa fracassada.
Eu não quero falar sobre isto...
Me machuca, me fere, me expõe a recordações que fazem meu presente por um momento ser nosso pretérito de felicidade tão intensa.
Eu ainda não assimilei tudo isto que está acontecendo.
As raízes foram muito profundas no meu coração para que eu as arranque com facilidade. Confesso-te que eu não quero arrancá-las, pois não consigo admitir nunca mais ter-te nos meus braços.
Seu cheiro, seus cabelos, sua pele macia, seu rosto angelical, sua voz serena, sua meiguice, seus cuidados, sua preocupação comigo, sua doce companhia, sua conversa agradável, seu carisma, suas mãos macias que carinhosamente me acariciavam e me acalmavam... Eu não sei como deletar tudo isto. Esta tecla desapareceu do computador da minha vida. Não... você não veio para não ficar...
Esta continua a ser a minha realidade. Ainda que às vezes não pareça, mas tudo a minha volta conspira em minha mente uma ilusão que a qualquer hora você novamente baterá em minha porta, e a porta do meu coração sempre estará aberta pra você. Eu não posso acreditar que em seus momentos de compenetração tu não me vejas nos teus pensamentos. Eu não posso conceber que no silêncio do seu quarto nunca hajam lembranças que te arrebatem a mim. Eu não posso crer que tudo possa ter desaparecido completamente sem deixar vestígios. Suas marcas estão muito fortes em mim, e se foste sincera comigo ainda carregas muito de mim...
Eu não quero falar sobre isto...
Mas de tudo que vivo, você é a lembrança mais forte que todos os dias eu revivo.
Perdoa-me por ainda insistir nisto...
...Mas eu ainda te amo demais, e disto eu ainda não desisto!!!

Meu grito de amor

Eu quero fazer um poema que fale mais alto que a própria escrita
Que grite mais alto que a oração
Que seja um parágrafo inteiro de uma voz que não se imita
Onde qualquer semelhança com outro seja desprovida de intenção.

Eu quero uma poesia que exale um perfume ímpar
Que não se compare às fragrâncias já conhecidas
Quero uma declaração singular e sem par
Quero uma confissão de amor distinta e com nada parecida.

Eu quero uma inspiração ainda não alcançada
Onde o brado da alma faça das frases um clamor retórico
Sem igual, incomparável, inédito, uma relíquia verbalizada
Um manifesto inequívoco sentimental e não filosófico.

Eu queria autofotofrafar a minha alma apaixonada
E expô-la como de fato ela é
Não uma mera e repetitiva revelação já revelada
Mas o negativo positivo do que sou, com a força da minha fé.

Eu não quero ser melhor do que ninguém
Só quero ser eu mesmo na autenticidade da minha declaração
No meio de tudo quero ser visto e sempre lembrado como alguém
Que tentou fazer das tripas coração; toda verdade, minha real emoção.

Se os meus versos já não mais te comovem
Não sei o que fazer para te sensibilizar
Tavez o tempo seja o meu aliado, as nuvens se movem
E os céus te tragam uma mensagem do meu sincero jeito de amar.

Amor que não se perdeu com o tempo
Se mateve aquecido no frio, quando o agasalho foram minhas mágoas
Amor que mesmo desprezado, mesmo ao relento
Não se permitiu afogar em meio a turbulentas águas.

Querer-te assim


Querer-te assim
É me esvaziar de mim
É me lembrar do começo e ignorar o fim.

Querer-te assim
É me desarmar por completo
É perceber que não tenho nada de eclético.

Querer-te assim
É me desprover de escolhas
É abrir um livro que só tenha uma folha.

Querer-te assim
É ver o horizonte sempre pelo mesmo prisma
É te ver por toda parte e saber que isto não é cisma.

Querer-te assim
É ser teimoso, pirracento e birrento por excelência
É sempre insistir e nunca ceder à desistência.

Enfim... Querer-te assim...
...é persistir até que chegue o indesejável fim!!!

Horas vagas


Horas vagas...
Que me fazem pensar e divagar
Sem pressa...
Pensando e relembrando, devagar

Horas ociosas...
Que emergem relíquias perdidas no fundo do baú
Lentamente...
Ressurgindo momentos vividos por mim e tu

Horas improfícuas...
Que ressuscitam o que já estava sepultado
Vagarosamente...
Trazendo à tona o que era para estar inumado.

"Falar de saudade"

Falar de saudade é sempre uma oportunidade nova
Visto que este é um sentimento que se renova
O tempo passa e ela insiste
É uma verdade que não mais existe.

Falar de saudade é se arrebatar no tempo
É se transportar
É se transladar para um mundo onde o que prevalece é o sentimento
É sofrer sem se importar.

Falar de saudade é assassinar uma chance que surge
É ainda alimentar expectativas extintas
É acreditar em algo que não ressurge
É tentar pintar um quadro onde há tela, mas onde está a tinta?

É reciclar emoções soterradas
Falar de saudade, por vezes é trocar o doce pelo amargo
É assistir o VT de um tsunami onde vontades foram dizimadas
É acreditar no alvará de um processo onde só há embargo.

Com tudo isso, é inevitável não apenas falar
Mas viver uma saudade
Mormente quando esta saudade
É o nosso fragmento mais vivo de nossa latente realidade.

Quem pode dizer eu te amo?


Quem pode falar de amor, se não viver um amor de verdade?
Quem pode falar de paixão, se não sentir uma paixão que incendeie?
Quem pode declarar sentimentos, se não experimentar a profundidade da emoção?
Quem pode jurar eternamente, se o hoje não for suficiente para garantir o amanhã?
Quem pode dizer que ama, se não houver no peito um chama que inflama?
Quem pode falar de entrega, se o que sobra é uma carga de reservas?
Quem pode balbuciar ao pé do ouvido coisas que não deixem o coração doído?
Quem pode confessar com lábios verdadeiros e não dúbios?
Quem pode dizer eu te amo, sem estar a si próprio enganando?

Podemos amar, podemos nos apaixonar, nos entregarmos,
Mas sem esquecer que somos responsáveis por tudo que cativarmos.

"Gotas de inspiração"


Eu vou deixar que as palavras fluam através dos meus dedos
Vou deixar que a inspiração me arrebate
Me consuma, me sugue
Antes que esta saudade me mate.

Eu não vou me conter
Não vou deter minha inspiração
Não vou me segurar nem vou reter
Cada gota de lágrima que brota do meu coração.

Até quando vou chorar?
Até quando meu pranto molhará o meu rosto?
Até quando minha alegria será frívola e fingida?
Até quando vou ter que ser artista no palco da vida?
Até quando vou ter que representar um sorriso que não seja sincero?
Uma risada disfarçada? Uma gargalhada dissimulada?
Até quando minhas indagações refletirão minha tristeza
Que insiste em ficar comigo e ser minha real certeza?

Perdi as respostas...
Às vezes tenho medo até mesmo de me olhar no espelho
E prefiro ficar de costas...
Cada vez que me procuro te acho
E cada vez que te acho percebo que ainda sou teu
E cada dia sou menos meu
Perdi as contas...
Das noites de insônia
Das madrugadas de solidão
Onde o silêncio sempre é quebrado por um soluço
Por um gemido contido e uma dor no peito.
Pergunto-me: Onde ficará o meu próprio respeito?
Que deixado de lado ignora se a minha alma se desfalece
Se o meu espírito se derrete e copiosamente chora.
Já nem me importo com isso...
Se lembrar de ti é o meu castigo
Serei meu próprio algoz
Não me perdoarei por ter te perdido e outra vez digo:
Eu vou deixar que as palavras fluam através dos meus dedos...
E quem sabe numa hora dessas, minha triste poesia te acorde
E a magia do amor te sacode e te faça novamente me querer sem medo,
Pois declarar-te amor eterno jamais será segredo.

Eu não vou dizer que te amo


Eu não vou dizer que te amo
Direi apenas que te quero
Eu não vou dizer que te desejo
Vou dizer apenas que te espero
Vou mentir pra mim mesmo
Vou deixar minha sinceridade própria a esmo
Enganar meu coração dissimulando uma falsa emoção
Fazer de conta que estou bem
Dizendo que tenho o que quero
Quando na verdade até a verdade não se tem.
Eu não vou dizer que não consigo tirar você do meu pensamento
Direi apenas que sempre me lembro de você
Eu não vou dizer que os meus dias já não são os mesmos
Vou dizer apenas que minha rotina mudou por um momento.
Vou tentar ser quem não sou
Vou tentar fazer o que não me propus
Vou tentar carregar este pesado fardo
Sem transparecer meu tremendo esforço
Vou fingir que não sofro, quando na verdade
Ficar sem você é a minha cruz.

Cada vez...


Cada vez que eu tento te esquecer
Percebo que não consigo me desligar de você
Toda vez que tento não me lembrar de ti
Sinto que nunca saíste daqui.

Tua imagem na minha memória,
Evidência viva da nossa história.
Cada lágrima que insiste meus olhos molhar
Vislumbra um horizonte que insiste em ficar.

Você foi o meu sonho mais que perfeito,
Algo que nasceu em mim pra nunca mais ser desfeito...

Passam os dias...


Passam os dias 
Passam os meses
As horas já nem conto
Chegam as noites
Bate o desespero
Saber que não mais te encontro.
Em cada gaveta que abro
Em cada arquivo
Um pedaço teu
Parte do nosso passado ainda vivo.
Por falar em viver...
...já nem sou coerente comigo mesmo
A vida vai passando, 
e os meus sonhos à esmo
me querem acordar de um pesadelo.
O que fazer?
Respostas não respondidas..
Explicações que ficaram em dívida..
Mas como sempre,
Ainda que não pareça
Uma saudade insiste para que eu nunca mais te esqueça,
E te busque mesmo que toda a possibilidade aparentemente se esmoreça.
Minhas atitudes contraditórias não condizem com a minha real história.
Nem ouso pensar no próximo capítulo
De um conto onde a princesa continua intacta, em seu trono de glória.
O que será de mim?
Amar o ausente e viver o triste presente como se estivesse contente.

Eu jamais deixarei de amar...


Eu vou escrever um texto
que não seja, pra estar aqui, por um simples pretexto.
Eu vou escrever uma pequena poesia
que não seja, pra constar nesta folha, o oposto de uma página vazia.
Eu não vou escrever uma prosa
tampouco, simplesmente apenas por ofertar, te darei uma rosa.
Quero apenas mostrar
que a força de amar pode não matar a indiferença,
mas pode fazer toda a diferença
quando realmente queremos nos entregar.
Eu já estou a escrever um texto...
Pensei que nem conseguiria
Quando o coração ainda convalesce de uma anarquia.
Mas, contudo, porém, todavia
As palavras jamais serão indiferentes
seja na boca ou nos dedos de quem sempre foi eloquente
quando o assunto é amar.
Eu jamais deixarei de falar...
Mesmo que a dor tente meu vocabulário ofuscar
Eu jamais deixarei de amar...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Um soneto às avessas


Por teu doce beijo poderia eu até morrer 
Se a tua partida não me fizesses ver. 
Pelo teu sorriso eu poderia viver. 

Longe, bem longe, no lugar onde estás 
Solidão não experimentas, jamais 
Meu desejo expresso acalenta a saudade que a ti me traz. 

O meu intenso amor com perfume de flores 
Me arrebata a perfumes que lembram-te, 
Lágrimas são orvalho que amenizam dores. 
Me fazem sonhar contigo dizendo: amo-te! 

Não importa o tempo que faz lá fora 
Se faz sol ou se está a chover, 
Em cada suspiro nostálgico 
Faço até um soneto se inverter.

Face oposta


O coração não é mais o mesmo,
Sentimentos ficaram à esmo.
Juras, promessas se perderam no tempo,
Pactos foram levados pelo vento.
Uma brisa soprou, tão forte ficou,
Sem perceber num vendaval se transformou.
Sorrisos que brilhavam na face extasiada,
Hoje são a face oposta: desilusão estampada.
Os dias já não são mais iguais,
Puro frenesi só de olhar pra trás.
Lembrar é se martirizar,
Recordar é proibido, se o objetivo é não se torturar.
O amanhã não nos pertence,
Mas o que me resta é falar de algo pertinente.
Se a fé que em mim move é crer no que os olhos não vêem,
Faço de cada dia um dia a mais de expectativas que se crêem.

Amor... Como explicá-lo?


Amor... ...impossível de definir, todavia o tentam;
Amor... ...impossível de explicá-lo, mas insistem.
Não seriam vãs as tentativas?
Ou quem sabe, evasivas?
Na defensiva da poesia haverá sempre uma frase,
Um verso, uma crônica, um soneto, 
Em solo ou dueto,
Acentuada aguda ou numa crase...
Na efetiva perpétua tentativa dos poetas
Haverá sempre uma “desculpa” 
Mesmo que sem culpa
Pra escrever linhas que tentem traduzir o mais belo dos sentimentos.
Amor... ...seu perfume não se assemelha a nenhuma flor:
É ímpar.
Ainda que ousem pintá-lo,
Não se assemelha a nenhuma cor:
É singular.
É coisa que não se consegue mesmo explicar
É coisa repentina
Ou devagar
É coisa de rotina
Ou pra se descobrir e se aventurar
Mas nunca vulgarizá-lo aos devaneios sem caprichos,
Pois de caprichos vive o amor.
Que não sobrevive à indiferença, pois ele faz toda a diferença.
Que não resiste a descrença, pois ele se revela na efervescência.
Eu vou tentar, quantas vezes sejam necessárias 
Ou o meu coração peça pra eu falar.
Eu jamais vou me calar...
Na defensiva da poesia sou um gladiador
Que na arena da vida faz da espada uma pena, ou uma flor.

Quando eu paro pra falar de amor


Quando eu paro pra falar de amor,
Ou melhor, quando eu me disponho a escrever sobre o amor
Sinto minhas artérias poéticas latejarem.
Não que eu seja diferente, ou até seja mesmo.
Não me importo, porém com essa possível diferença,
Aliás, viva a diferença que por uma deferência
Faz de mim uma rara referência.
Os poetas estariam em decadência?
Com certeza, jamais em extinção, mas não tão comuns.
A correria, o estresse, a agitação...
Coisa não rara em alguns,
Mas na maioria da população,
Uma apropriação indébita de bens preciosos como a meditação.
Por isso, quando eu paro pra falar de amor
Não admito um momento banal,
Mas um êxtase sentimental
Onde desligar os fios da matéria é facto real;
Urge uma necessidade de se mergulhar no emocional.
Falar de amor...  
É se permitir arrebatar,
Quiçá ser abduzido por algo desconhecido,
Porque por mais que tentem o amor jamais será um mero conhecido.
Seus mistérios, sem critérios
Trazem a cada um uma particularidade,
Uma inexplicável individualidade
Multifacial mas sem perder o essencial:
A essência do frescor de sensações
Que nos arremetem a recordações
Nostalgia, letargia,
Coisas que não se sentem a toda hora nem todo dia
Frenesi, sem hora marcada
Aqui ou ali, um parêntese numa frase não grafada.
Divagações, ebriedade do coração,
Morbidez, languidez.
Eu poderia, mas jamais conseguiria num único poema
Dizer tudo de uma só vez.
Fonte que emana, nunca seca, nunca esgota
Oração que se declama, disseca, música de múltiplas notas.
Quando eu paro pra falar de amor...
Eu não quero parar, mas um novo poema sempre haverá.

Até quando?


Uma pergunta insiste em me questionar:
Até quando?
Uma resposta persiste em se omitir:
Eu não sei...
Ainda que digam que reticências para nada servem
Só eu sei o sentido das minhas.
E enquanto assim o for eu serei reticente,
Insistente, resistente e com todos os “entes” possíveis
Ainda que para alguns incoerente,
Manifestarei aquilo que é inerente
A um coração de carne, que nunca esteve anestesiado, mas sente.
Sente coisas só que quem sofre na pele sabe.
Coisas com as quais eu nunca contava
Sequer imaginava, mas assim o foi
E foi mesmo!! 
Foi embora, foi pra longe, 
Distante, ausente, 
E eu aqui reticente...
Até quando?
Eu não tenho as respostas e talvez nem as queira mesmo ter.
Tenho medo, sinto frio
O que era um lindo e calmo lago
Agora se revela um caudaloso rio.
O que era um lindo passeio de navio
Agora se revela o mais pavoroso desvario.
Minha nau naufragou
Meu sonho tão sonhado acordou
Na verdade eu nem sei se dormi
Só não queria estar aqui
Há águas por todos os lados
E eu não consigo avistar nenhuma ilha. 
Valho-me dos cacos que sobraram
Tudo começou num Largo...
Se há um nome para uma santa ela se chama Ifigênia.
Se há algo para se tomar antes de atravessar o viaduto, é chá.
Se há um santo que testemunhe este feito seu nome é Paulo.
Eu posso ver um ônibus parando
Graciosos passos trazendo para perto
O meu certo mais incerto. Eu não podia adivinhar...
Eu ia passear, mas desisti. Havia curvas mais atraentes para vislumbrar
Havia um primeiro tudo para acontecer e eu me apaixonar. 
Havia uma aventura para se viver, aproveitar
Mas sem saber, depois de tudo, havia um mar de lágrimas para chorar.
Até quando?...
É o que me resta: ...

Eu vou viajar no tempo


Eu vou viajar no tempo
Vou buscar no ontem o sorriso que hoje me falta nos lábios
Vou buscar no passado a felicidade hoje está ausente do meu coração
Vou voar em busca de uma perdida emoção.

Eu vou viajar no tempo
Vou abrir as gavetas que há muito estão fechadas
Vou vasculhar cada canto dos meus arquivos ocultos
Ficar omisso e calado pode soar como insulto.

Eu vou gritar bem alto
Tão alto que os ouvidos mais distantes me escutem
Eu ainda tenho voz, eu ainda tenho vez
Ainda que pareça o contrário, posso dar cabo de vez a este revés.

Eu vou alçar um vôo alto
Tão alto que a águia mais atrevida sentirá inveja de mim
Lá de cima não haverá quem não me veja
Se bem que o meu coração apenas um alguém deseja.

Pode parecer loucura
Mas sempre serão mesmo insanas as investidas de um coração apaixonado
Que faz de cada oportunidade a única chance ofertada
Agarrar com unhas e dentes a felicidade almejada.

Eu vou viajar no tempo
Não tenho visto nem residência autorizada
Mas quem se incomoda com isto?
Sou forasteiro oriundo de uma pátria desolada.

No meio de tanta coisa apenas algo busco encontrar
Não me pergunte o que...
No meio dos achados e perdidos
A explicação da procura: você.

Quem se importa com a altura?


Quem se importa com a altura?
Quem se importa com a profundidade?
Eu quero o gosto mais forte
Eu quero dos sentidos toda a intensidade.

Não quero um salto no escuro
Nem um mergulho no raso
Eu quero experimentar para além da nostalgia
Uma sensação que aplaque toda e qualquer algia.

Dos sabores, o mais exótico
Dos temperos, o mais picante
Dos pratos, o mais perfumado
Dos prazeres, o mais sofisticado.

Quem se importa com a noite?
Quem torce para que não amanheça o dia?
Há gosto para tudo neste mundo
Nada vale a pena se não for profundo.

Quem se importa com a cor dos cabelos?
Quem olha para a cor da pele?
Há escolhas que vão além da cútis
O significativo é se esquivar das coisas fúteis.

Tantas vezes até mesmo as palavras parecem desconexas
Mas como elucidar o raciocínio de quem vive um paradoxo?
A gramática que cuide si mesma
Eu não devo satisfações a nada que me faça ortodoxo.

Perdido? Esquecido? Abandonado?
Seja qual for a situação, haverá sempre uma solução
Não há porta que não tenha uma fechadura
Nem fechadura que não tenha uma chave, entendeu ou não?

Para o maior dos obstáculos 
Para o maior dos impedimentos
Sobrará mãos, tentáculos
Cairão muros; colunas em rompimento...

Em busca de uma abraço, recebo conforto
Na saudade de um beijo, ancoro meu barco no porto
Não há tempestade que dure pra sempre
O arco-íris aparecerá. Jamais se dê por morto.

Por isso eu repito:
Quem se importa com a altura?
Quem se importa com a profundidade?
Pra quem tem fé o passado volta a ser novidade.

Se yo fuera dueño del tiempo


Yo no soy el dueño del tiempo
Debido a que, en caso afirmativo
Mi realidad sería, además de vivir
Yo no estaría aqui
Quería dominar a los días y horas
La vida es para vivir con toda intensidad
Esperar es sólo un detalle en la realidad de aquellos que quieren
Si yo fuera el dueño del tiempo
A veces quería que el tiempo pase muy rápidamente
En otros tiempos, quería que el tiempo pase lentamente
O incluso tal vez nunca dejó de caminar ...
Si yo fuera mismo el dueño del tiempo...
Acabaría con el adiós
Para vivir siempre lo mejor que la vida nos puede dar.

Ontem


O ontem não será apenas o ontem
O ontem será o relato do que ocorreu antes de hoje
Ainda que o seu hoje seja permeado de coisas novas
O que você viveu jamais ficará velho
Basta um click e o seu pensamento está lá
O ontem se transforma por momentos no seu hoje
Mais hoje do que o seu atual hoje
Porque não há como depreciar momentos de entrega total
Ainda que digas que passou
O passado estará sempre ali ao alcance da sua recordação
Não me digas que não te lembras ou que não te interessa recordar
O pensamento humano é mais rápido do que a velocidade da luz
Seja qual for o teu credo, se amas ou se ignoras a cruz
Não há quem possa ser ateu ante a grandiosidade desse Deus
Que traz à existência o inexistente
Muito mais um tal insistente “inexistente” que existiu
Existiu... e como existiu...  
E até agora resistiu
Porque não foi  coisa que durou uns minutos ou algumas horas
Foi forte! Mais forte do que a dor da pressuposta morte da separação.
Há coisas que nunca morrem... resistem aos mais fortes temporais
Suportam vendavais
E depois de tudo... lá está: intacta.
Não. Isso não é produto de conserva nem sobrevive numa lata
O conservante não é o benzoato de sódio
É algo que suplanta sentimentos como o ódio
E fica eternizado em meio aos escombros de uma demolição.
Lá está ele...  intocável...   o amor.

Algo que não pode ser derrotado


Há algo que não pode ser derrotado
Jamais será controlado ou mesmo monitorado:
A força da imaginação
Sem barreiras, sem fronteiras, 
Nunca afetada pelo tempo
Que perto dela é apenas um dado a ser registrado
A hora, o mês, o dia, o ano...
O tempo nada mais será do que a referência de um acontecimento.
Há alguma coisa que não pode ser desafiada
Jamais será impedida, sempre encontrará uma saída
O ímpeto da saudade
Sem idade, sem cronologia
Desafia o relógio e o calendário
E faz de um simples momento um conto lendário.
Cheiros, sabores, 
Dias de sol, dias de chuva
Em casa ou viajando
Fazendo frio ou sol
Haverá sempre um motivo que remonte um cenário
Que já foi palco de cenas de fortes emoções.
Há algo que não pode ser apagado
Em hipótese alguma será deletado
Está entalhado, cravado, sacramentado.
O que se vive é um página que não pode ser rasgada
E mesmo que aparentemente ignorada
Continuará sempre a existir
É parte de mim...  é parte de ti...

Teu amor... Meu acalanto...


O teu amor será sempre meu acalanto
Na hora de dormir, a lembrança mais latente
A saudade que sempre me deixará contente
E ao mesmo tempo me fará despertar um pranto.

O teu amor será sempre o meu alento
Viver, respirar, sentir cada dia como se fosse minha véspera perfeita
Enganar a alma é impossível, mas dá-se um jeito, inventa-se uma receita
Ludibriar o coração será uma vã tentativa que terá o meu consentimento.

O teu amor será mesmo uma presença constante
Que para ouvi-lo não é preciso uma nota altissonante
Ele falará sempre como um sussurro na calada.

O teu amor mais do que recordar será um mergulhar num mar de emoções
Um viajar num céu, não de ilusões, mas de nuvens de inapagáveis sensações
Ele será para sempre o acorde perfeito para a voz mais afinada.

Se a poesia é imortal


Se a poesia é imortal
Quero nestas linhas deixar as marcas da minha emoção
Esculpir com letras minhas sensações
Arrancar das hipóteses o que é realmente real.

Se a poesia é imortal
Quero expressar neste virtual espaço
Que mesmo que a vida não tenha a simetria de um compasso
Será sempre oportuno ser sincero e leal.

Se a poesia é mesmo imortal
Quero mais do que um pedaço ou uma folha de papel
Quero algo que seja um bilhete para o céu
Algo que ao leres transcendas o fútil e o banal.

Se a poesia é de facto imortal
Não te farás p’ra sempre insensível
Nem conotarás notas falsas de um sentimento indizível
A melodia da nossa música te transportará p’ra longe deste teu vazio boçal.

Não há como fingir eternamente...

Em cada linha uma rima sequiosa


Se o meu escrever estampa a minh’alma
Com um manto multicolorido cubro-me de nostalgia
Quando nem mesmo o tempo dita as regras, seja noite ou dia
Cada letra tece esta trama, esvaindo a mente que repousa nesta calma.

Se o meu poetar desabrocha os meus sentimentos
Tal como uma flor, tenra e frágil clama pelo orvalho
Por vezes me sinto fraco, por outras tão forte como um carvalho.
Cada palavra perfuma frases e versos...  ...momentos.

Em cada linha uma rima sequiosa
Uma caçada por entre vocábulos perdidos
Uma emboscada de sufixos e prefixos não contidos.

Rimar se torna tão fácil quanto cada palavra ociosa
Quando sobram argumentos exauridos
Quando cada parágrafo exprime o indeferido.